Samba de Raiz, Samba de Gafieira, Dança de Salão… Combinação Perfeita!
Nós Roh e Sih, conhecemos este maravilhoso Grupo em um show deles em um barzinho da cidade de Marília.
Adoramos sambas de raiz, pois dançamos samba de gafieira e nada melhor do que um bom samba.
Então um dia ficamos sabendo que iria ter um show de samba e mais que depressa já falamos, nós vamos!
Quando o show começou, nossa foi o que procurávamos a tempos, um show com sambas de raiz.
Reconhecemos ali um Grupo com músicos super talentosos, com uma vocalista de um talento imensurável.
É muito bom poder dançar samba de gafieira ao som deles, pois é impecável!
Foi uma noite perfeita, pois pudemos dançar samba de gafieira em verdadeiros sambas.
Como somos professores de dança de salão, ensinamos o samba de gafieira para nossos alunos.
Sempre fazemos o possível para estar presente em todos os shows deste Grupo maravilhoso.
Quem tiver a oportunidade de assistir um show de Jaci Furquim e Grupo Cartola Branca, vai se apaixonar.
Ainda mais quem é da dança de salão e adora samba de gafieira, este é o Grupo perfeito!
Samba é Tradição de Família
Jaci Furquim já vem com a tradição de tocar e cantar a muitos anos.
Nascida em São Paulo, aos 11 anos de idade começou a tocar violão e não parou mais.
Foi autodidata no começo.
Mais tarde, foi para um conservatório em São Paulo, onde aprendeu violão erudito e aprimorou o violão popular.
Se mudou para a cidade de Marília aos 16 anos.
Logo começou a dar aulas particulares.
Isso foi fazendo com que ela se apaixonasse mais pela música.
Nesta época, ela tocava muito MPB e as MPBs favoritas eram sambas.
Em outras palavras, já tinha uma gigantesca paixão pelo samba.
Jaci era filha caçula e sua irmã era universitária da USP.
Essa irmã a apresentou coisas lindas da música.
Tipo Chico Buarque e seus sambas, Cartola, além de sua família adorar Clara Nunes.
Quando tinha apenas 11 anos de idade, já segurava rodinhas de samba da família.
Tocava seu violãozinho, cantando Clara Nunes.
Então o samba já era tradição de família.
O Começo da Carreira como Cantora
Nos anos de 1999 à 2004, aos 38 anos, Jaci começou a ir para a noite.
Tocava em barzinhos na cidade de Marília/SP, quase todo o final de semana.
Até então ela só se dedicava as aulas e aos filhos, escolheu criá-los primeiro para depois seguir na carreira de cantora.
Valeu muita a pena, pois seus dois filhos hoje são ótimos músicos e a acompanham nos shows.
Jaci ficou algum tempo na MPB.
Chegou a gravar um CD, intitulado “Uma Cor Que Não Há”, com releituras e duas composições de uma ex aluna.
Todos os arranjos deste CD foram feitos por seu filho mais velho Gabriel Soledade.
Neste mesmo CD Jaci toca também.
Todas as partes de violão base, foram feitas por ela e violão solo e alguns outros instrumentos por Gabriel.
Foi um trabalho lindo, teve um lançamento muito bonito em um barzinho da cidade de Marília/SP chamado Cachaçaria.
Mas não trouxe os frutos que ela esperava.
Aconteceu que, quando ela começou a tentar vender os shows, percebeu que ficou muito inviável de se vender.
As pessoas falavam que era muito sofisticado, afinal era MPB de ótima qualidade e tinha muitos músicos.
A Paixão Pelo Samba Continuou
Um belo dia ela acordou e resolveu que iria fazer um projeto de samba.
Falou para seu filho Gabriel sobre fazer esse projeto e pensou em ser sambas só do Cartola.
Mas seu filho contestou e falou em fazer um projeto de samba em geral.
Depois Gabriel foi pesquisar sobre Cartola e acabou se apaixonado também.
Daí começaram a tirar as músicas, para depois chamar músicos para complementar.
Colocou seu filho mais novo, Luciano Soledade, na época com 18 anos, no pandeiro.
Os Primeiros Passos do Grupo
O Grupo que ainda não chamava Cartola Branca, deu seus primeiros passos no começo de 2009.
Convidou músicos (professores) da sua própria escola de música Tons e Semitons, para participarem do Grupo.
Claro que todos aceitaram de primeira.
Jaci Furquim escolheu o nome do grupo em um dia de ensaio.
Ela ficou pensando em qual nome dar para o grupo.
Em um dia de ensaio, ela olhando os meninos com aquele chapeuzinho branco na cabeça.
Pensou e uniu a sua paixão por Cartola e batizou o Grupo de Cartola Branca.
Cartola, grande inspiração para o grupo e branca de (branco) que sugere a tranquilidade, a paz.
Depois, mais pra frente, passou a chamar Jaci Furquim e Grupo Cartola Branca.
Em 25 de agosto de 2009 aconteceu o primeiro Show do Grupo Cartola Branca.
Este show foi realizado em uma cafeteria da cidade de Marília/SP chamada Moagem.
Foi o lançamento do Grupo e Jaci tem esta data como aniversário do Grupo.
Nesse mesmo show, eles gravaram um DVD caseiro, bem simples.
Foi gravado o áudio ao vivo e assim saiu o DVD.
A Trajetória
Daí para frente o Grupo Cartola Branca começou a tentar conseguir shows.
Conseguiram alguns.
Praticamente inauguraram o domingo no bosque.
Eram shows realizados dentro do Bosque Municipal da cidade de Marília/SP, nas tarde de domingo.
E daí seguiram fazendo mais shows.
Em 2010 fizeram o projeto do SESI, “Apoio A Cultura Local”.
Fizeram shows só com tributos a Cartola e com tributo ao samba.
Nestes shows, tocavam, Noel Rosa, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Cartola também, Adoniram Barboza.
Enfim reunia vários cantores.
Depois disso o Grupo entrou na rede SESC.
Foi onde tiraram a carteira da Ordem dos Músicos, na cidade de Bauru/SP.
Logo após procuraram por um produtor, até que um dia passaram o telefone de um.
Jaci então entrou em contato com esse produtor.
Esse produtor falou para ela mandar o material do Grupo.
Se ele gostasse, aprovasse e estivesse dentro do que era preciso, arrumava shows para o Grupo.
Claro, o produtor gostou.
Assim em 2011, Jaci Furquim e o Grupo Cartola Branca fizeram seu primeiro show.
Show este realizado pela rede SESC na cidade de Birigui/SP.
Dois meses depois, fizeram outro show pelo SESC na cidade de Bauru/SP.
Em 2012 fizeram show na cidade de Araraquara/SP e de Bertioga/SP.
Em 2013 os shows foram em Campinas/SP, São Carlos/SP e fecharam com Poços de Caldas/MG.
Ainda em 2013, fizeram um show de abertura da Virada Cultural.
O show foi no palco principal.
Fizeram Oficinas Culturais.
Depois de tudo isso, os shows só foram aumentando.
Cachaçaria, bares, casas noturnas, tocando aqui, tocando alí.
As Composições de Jaci Furquim
O primeiro samba que Jaci compôs chama-se Pela Porta da Frente.
E o segundo foi O Menino Samba.
Samba este, com uma história bem curiosa.
Foi assim, um dia Jaci acordou com a letra inteirinha deste samba na cabeça.
“…de breque,de roda, canção ou enredo, partido ou rasgado, não faça segredo… mostra quem és, a que veio e que es bamba… menino bonito, te quero inteiro, pra quem não conhece, o nome é Samba!…”
Então compôs a melodia e os arranjos foram feitos por seu filho Gabriel.
Hoje em dia seu filho Gabriel faz parceria em algumas melodias das composições de Jaci.
Inclusive nas músicas de Alma Corpo e Coração e Assim Deus Quer.
Formação do Grupo
O Grupo Cartola Branca é formado por:
- Jaci Furquim (voz principal e composição)
- Gabriel Soledade (arranjo e violão 7 cordas)
- André de Oliveira (Cavaquinho)
- Luciano Soledade (pandeiro)
- Danilo Agustinho (clarinete)
- Lucas Sabino (surdo).
Uma História Inusitada…
No primeiro show no SESI, era a primeira formação do grupo ainda.
Jaci estava tensa e seu diafragma fechou.
Portanto não respirava de tensão, porque era um show de muita responsabilidade.
Era um show onde Jaci além de cantar ia contando a história de Cartola.
Ela estava conseguindo cantar, mas não se sentia na sua melhor performance.
Jaci também tocou nesse show.
Fez voz e violão na música acontece.
Então a luz ficou focando só nela naquele momento.
Ela começou tocar, super nervosa, tensa, tocou e cantou a música toda.
Quando terminou levantou e começou a contar a história da música “Acontece”.
Quando então, de repente, toca o celular de um dos músicos da banda.
O toque do celular era um funk.
Imagina um funk começar a tocar do nada, alto.
Aquele som ecoou pelo teatro inteiro, todo mundo caiu na gargalhada, inclusive Jaci.
Daí ela aproveitou a deixa e falou, gente isso também acontece.
Foi ótimo, pois deu em cima com a letra da música.
Todos riram bastante.
Foi aí que acabou o nervoso, acabou a tensão e o show foi um sucesso.
Para fazer esse show foi um trabalho de pesquisa de um ano.
Saber as histórias das músicas, das composições,
Um trabalho muito bonito, onde foi apresentado em todas as unidades do SESC.
Lugares Que Mais Gostou de Cantar
Jaci gosta de todos os shows.
Para ela todos os shows são especiais.
Ela gosta de interagir com o público.
A energia e carinho do público não tem preço, é simplesmente maravilhoso.
Os Sambas de Hoje
Na opinião de Jaci, o samba de hoje trás impressões das experiências de hoje.
Os compositores atuais escrevem de uma forma mais moderna, com instrumentos melódicos diferentes.
Em outras palavras, é diferente do samba de antigamente que nasceu no terreiro.
Jaci acha que o samba atual está indo bem, com excelentes representantes.
Sem esquecer os grandes nomes como Noel Rosa, Cartola, Paulinho da Viola.
Paulinho da Viola, faz uma ponte entre o samba do passado e o samba atual, atravessou uma geração.
Tocou com o Cartola e toca com os compositores atuais.
Nelson Sargento, Nelson Cavaquinho, inclusive Nelson Sargento tem uma música com uma letra linda que diz assim…
…“Samba Agoniza mas não morre, Alguém sempre te socorre, Antes do suspiro derradeiro,
Samba Negro, forte, destemido foi duramente perseguido, Na esquina, no botequim, no terreiro,
Samba Inocente, pé-no-chão A fidalguia do salão Te abraçou, te envolveu…”
Jaci Furquim gosta dos sambas atuais, mas sempre lembrando da cultura do samba raiz.
A Música Brasileira em Geral
Jaci diz que todo gênero musical é válido e merece nosso respeito.
Só existe música mal composta e música bem composta.
Afinal existe aquelas compostas só para vender e aquelas que são compostas vindo da alma.
Jaci acha que quando se compõe uma música, ela tem que vir de dentro da alma.
O compositor tem que imprimir as suas impressões na música e não só compor.
A música não pode ser composta só com o intuito de vender, ganhar dinheiro.
Na opinião de Jaci, a única coisa ruim, são pessoas que não tem noção musical nenhuma e acabam por denegrir os ritmos.
As pessoas tem que estudar e depois sim seguir na música.
O primeiro passo é a humildade, segundo o estudo, terceiro soltar sua criatividade.
Atualmente as músicas são impostas para as crianças, adolescentes, que nunca ouviram outra coisa
Então não tem um padrão a seguir, ou como dizer se gosta ou não gosta de determinado estilo.
Jaci já trabalhou com musicalização infantil.
Disse que dá pra trabalhar tranquilamente Chico Buarque, Vinícius de Moraes com crianças de 3, 5 anos.
Esses cantores, compositores tem álbuns dedicados as crianças.
Jaci ressalta que a educação musical também conta muito com a família.
Afinal a primeira socialização com a música nasce com o que a família ouve, gosta.
O Show Mais Emocionante
Jaci diz que foi um show no SESC em Araraquara/SP.
Ela cantou uma música que fez para sua mãe, chamada Um Bom Conselho.
Quando Jaci começou a cantar e entrou em um frase que fala… “mas vai amanhecer”… ela desabou chorar.
Jaci olhava para os músicos pra eles entrarem com back para ajudá-la e todos eles chorando junto.
O público aplaudiu de pé e esse show foi muito marcante para Jaci.
Sonho Como Artista
Jaci diz que seu sonho, é divulgar suas composições pelo Brasil todo.
Queria que todos a conhecessem, que não queria passar pela terra sem ter seu nome marcado no samba.
Quer dizer, tudo isso independentemente de ganhar dinheiro, ou lugares badalados pra tocar.
Jaci quer ser conhecida como uma artista, compositora que divulgou o samba.
Apesar de morar em uma cidade, a de Marília/SP onde a cultura não é do samba.
Agradecimentos
Nós Roh e Sih gostaríamos de agradecer Jaci Furquim por ter tido está maravilhosa inspiração.
Criar esse Grupo Maravilhoso de samba.
Obrigada também pela grande parceria, onde fomos convidados como bailarinos em seus shows, dançando samba de gafieira.
Um obrigado mais que especial, pela linda amizade que nasceu e floresceu.
Jaci Furquim e Grupo Cartola Branca vocês são espetaculares!